sábado, 26 de junho de 2010

O Brasil e a Argentina. Texto 7 : A Argentina 1880 - 1930

Os políticos que se desempenharam no final do século XIX foram chamados da geração “do 80”. Nessa época, a Argentina foi consolidada como país agro-exportador, liberal e positivista. No mercado internacional foi produtor de matérias primas, vinculado ao comércio inglês.
A pampa úmida oferecia vantagens para produzir as matérias primas e os alimentos que a Europa precisava cada vez em maior quantidade. O aumento das exportações entre 1880 e 1914 foi do índice, de 50 a 500 milhões de pesos oro. A isso se somou a cria de gado, também se exportaram ovelhas e bois.
A introdução do frigorífico abriu a possibilidade de colocar no mercado externo não só couros, crinas e outros derivados animais, senão também carnes conservadas ou esfriadas, o ciclo da lã que tinha começado em 1850 estava finalizando.
Os governos tinham promovido campanhas para chegada de imigrantes da Europa. Eles vieram em massa aproveitando os benefícios para radicação de estrangeiros.
As terras na pampa úmida tinham sido desabitadas, e “pacificadas”. Foram-se criando novos povos de imigrantes: os colonos que aproveitando as novas estradas se dedicavam às atividades agrícolas, era a “pampa gringa”.
A paisagem rural tinha cambiado, as propriedades eram de diferentes tamanhos, pequeninas no interior, e imensas no Buenos Aires. Os donos das grandes propriedades moravam nas cidades e alugavam parte de suas terras, o arrendatário se encarregava da exploração.
Nas cidades a população era heterogênea, além da elite de proprietários das terras, alojavam-se grandes comerciantes, banqueiros, políticos. Os setores médios cresciam e se desenvolviam ao ritmo da economia. Maestros, profissionais em ascensão, empregados públicos foram os principais beneficiários de um sistema educativo que se estendeu em forma livre e gratuito. Mais também estavam os que foram menos beneficiados. Operários, artesãos, trabalhadores que se converteram em protagonistas dos principais conflitos sociais gerados no período.
Os trabalhadores se organizaram em grêmios com a filiação ideológica trazida dos países de origem, anarquistas ou socialistas, e reclamaram desde fins do século XIX melhores condições de trabalho, melhores salários e melhores condições de vida, lembremos que eles viviam amontoados nos quartos de aluguer, com cozinha e banheiro compartilhado. Os governos proibiam as agrupações, e abriram um buraco entre os trabalhadores e as classes políticas. O conflito terminou coma lei do voto universal em 1912.
O desarrolho industrial estava limitado pelo modelo de país agro-exportador, e se relacionaram com os frigoríficos e molinhos de farinhas. A indústria alimentaria destinada ao mercado interno cresceu e foram importantes as fábricas de fidéus, de bolachas, de cerveja, de vinho, de açúcar. Os artesãos eram carpinteiros, sapateiros, costureiras, alfaiates.

Características da economia:

• Dependência econômica: os centros europeus tinham poder de decisão sobre a organização da produção.
• Latifúndio como unidade de produção agropecuária. Dos imigrantes, só 1/4 ficou na pampa, os outros moraram nas cidades. Os donos dessas terras, atuaram associados a capitais estrangeiros.
• Intervenção do estado para o funcionamento do modelo garantindo a livre circulação de capitais, construindo estradas unificadas no porto de Buenos Aires para facilitar a exportação, estimulando a imigração (tinham um sistema de subvenção para os imigrantes), organizando o sistema jurídico e monetário.
• Participação de capitais estrangeiros nos transportes e na comercialização de produtos.
• As regiões cujas produções não se exportavam começaram a depender da economia da “pampa” ocasionando desequilíbrios regionais (açúcar em Tucumán, vinho em Cuyo)

Com a crise de 1890 o endividamento foi importante afetando o sistema todo. Começaram as greves, as ações da bolsa caíram, quebrou o sistema bancário. Aumentaram-se os preços dos alugueres dos campos e muitos não podiam se pagar. Os colonos foram as grandes cidades abandonando as terras alugadas.
Se funda a “União Cívica radical” que será oposição questionando o regime oligárquico e o primeiro partido político moderno.
Nos primeiros anos do século XX, começou a se exportar carne congelada, aportando benefício importante e produzindo enfrentamentos entre pecuários e industriais. Enfrentamentos jamais concluídos. Instalaram-se as primeiras fábricas modernas.
Os habitantes se integrarão a associações de seus países e não participarem das questões políticas. A primeira federação obreira se forma em 1901.
Em 1896 Juan B. Justo fundou o partido socialista que se enfrentou com a UCR por diferenças ideológicas. Nessa época, a UCR foi um partido de classes médias e o PS defendia interesses dos trabalhadores.
Dom Hipólito Yrigoyen foi o primeiro presidente não pertencente à oligarquia que foi eleito em 1916, ele pertenceu à UCR.
Esta transformação dá origem à Argentina moderna.
Presidentes:
• Roca, Julio Argentino 1880/1886
• Juarez Celman, Miguel 1886/1890 (renunciou)
• Pellegrini, Carlos 1890/1892
• Saenz Pena, Luis 1892/1895 (renunciou)
• Urtiburu, José E. 1895/1898
• Roca, Julio Argentino 1898/1904
• Quintana, Manuel 1904/1906 (morreu)
• Figueroa Alcorta, J. 1906/1910
• Saenz Pena, Roque. 1910/1914
• de la PLAZA, Victorino 1914/1916
• Yrigoyen Hipólito 1916/1922
• de ALVEAR, Marcelo T. 1922/1928
• Yrigoyen Hipólito 1928/1930 (Foi deposto por golpe militar)

O Brasil e a Argentina. Texto 6 : O Brasil 1889 - 1930

A República Velha
Conhece-se com esse nome ao período que vai desde 1889 a 1930. Este período é marcado pelas revoltas sociais e o Brasil se afirmou como exportador de café.
Na política, se sucederam governos das elites agrárias e mineiras em forma alternada, paulistas e mineiros. Por essa alternância se chama de “Política do café-com-leite”.
O Brasil teve treze presidentes em esse período e o desenvolvimento da indústria foi importante.

Nos finais de 1889, proclamou-se a República. O Marechal Deodoro da Fonseca tinha a liderança e começou um período de cinco anos de governos militares, sendo, no princípio, chefe do governo ele mesmo, ao renunciar, continuou seu vice-presidente Floriano Peixoto que intensificou a repressão aos que apoiavam à monarquia. O Brasil chamou-se Esta¬dos Unidos do Brasil.
A monarquia tinha suas leis e sua Constituição, para terminar com a monarquia tinham que ditar uma nova Constituição que representasse os interesses dos novos dirigentes.
A nova Constituição teve um avance nos direitos políticos das pessoas e inspirou-se no modelo norte-americano, ao contrário da Constituição imperial, inspirada no modelo francês. Os direitos mais destacados foram:
Adotaram-se três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário e instituiu-se o sistema presidencialista, o presidente da República era eleito por voto direto, por quatro anos, com um vice-presidente que assumiria a presidência no afastamento do titular.
Começou-se a falar do voto para todos os cidadãos incluindo às mulheres, os estrangeiros tiveram a cidadania, ao separar-se a igreja do estado se instaurou o casamento civil. As políticas beneficiaram ao setor agrário do país, principalmente, os do café do oeste paulista.
Na época escravista, os donos dos escravos faziam todas as compras, o dinheiro circulante era escasso, com a liberdade dos escravos e a chegada de muitos imigrantes se ampliou o trabalho assalariado a emissão de dinheiro foi necessária.
O Brasil foi dividido em quatro regiões, cada uma delas tinha um banco emissor. As regiões autorizadas para emitir dinheiro eram: Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. Procuravam também expandir o crédito a fim de estimular a criação de novas empresas.
A emissão em grande quantidade causou especulação na Bolsa de Valores e uma inflação desmedida, em vez de estimular a economia a crescer, desencadeou uma onda especulativa, algumas pessoas fizeram fortunas da noite para o dia, buscaram então, unificar as emissões no Banco da República dos Estados Unidos do Brasil, mas não deu certo.
A República foi obra, dos partidos republicanos unidos aos militares. As divergências giraram em torno da questão federalista: os civis defendiam o federalismo e os militares eram partidários de um poder central forte.
A Assembléia Constituinte, transformou-se em Congresso Nacional, encarregado de eleger o primeiro presidente da República. Para essa eleição apresentaram-se dois candidatos, Deodoro da Fonseca-Eduardo Wandenkolk e Prudente de Morais-Floriano Peixoto.
Deodoro era impopular, devido ao desgaste motivado pela crise desencadeada. Prudente de Morais tinha a maioria. Teoricamente seria eleito, embora por uma pequena margem de votos venceu Deodoro, seu vice entretanto, foi derrotado por ampla diferença por Floriano Peixoto.
Deodoro, não conseguia governar com Floriano Peixoto, fechou o Congresso e decretou o estado de sítio, mas fracassou e teve que renunciar, ficando em seu lugar Floriano Peixoto (novembro de 1891). Nos primeiros tempos conseguiu apoio, era uma volta à legalidade.
Floriano anulou o decreto que dissolveu o Congresso; controlou especulação financeira e a especulação alimentícia, através de seu tabelamento, se desencadearam então violentas reações contra ele, mais mostrou firmeza para continuar. Treze oficiais lançaram um manifesto, exigindo a imediata realização das eleições presidenciais, como mandava a Constituição.
A reação de Floriano foi simples: afastou os oficiais ocasionando uma revolta armada.
No Rio Grande do Sul, aconteceu uma grave divergência política, Floriano atuou energicamente reprimindo a revolta, o que lhe valeu o apelido de Marechal de Ferro.
Os cafeicultores contavam com aliados potenciais e compunham, economicamente, o setor mais poderoso da sociedade. A partir de 1894, o poder passou definitivamente para esses grandes fazendeiros. Mas foi com Campos Sales que finalmente se elaborou uma fórmula política duradoura: a "política dos governadores”.
Os acordos consistiam em uma troca de apoios mútuos entre os governadores e o presidente que garantia as eleições.
Em cada estado existia, uma minoria dominante, que, aliando-se ao governo federal, se perpetuava no poder. A aceitação dos resultados das diferentes propostas e eleições eram feitas pelo poder Legislativo, através da Comissão de Verificação. Essa comissão, formada por deputados, oficializava os resultados das eleições.
As peças para o funcionamento da "política dos governadores" foram, basicamente, a Comissão de Verificação e o coronelismo, através do controle sobre a Comissão de Verificação, a legalização de qualquer resultado era possível.
O título de "coronel" era recebido ou comprado. Geralmente o termo era utilizado para designar os fazendeiros ou comerciantes mais ricos da cidade que estavam por todos os municípios.
Com a proclamação e a adoção do federalismo, os coronéis passaram a ser as figuras dominantes do cenário político dos municípios, seu poder residia no controle que exerciam sobre os eleitores. Todos tinham eleitores cativos que votavam candidatos por eles indicados, em geral através de troca de favores fundados na relação de compadrio.
A importância do coronel se media por sua capacidade de controlar o maior número de votos, dando-lhe prestígio fora de seu domínio, assim conseguia ob¬ter favores dos governantes e lhe dava condições para preservar o seu domínio.
Os problemas causados pelo aumento do consumo geraram uma dívida com Inglaterra, era uma maneira de enfrentar as importações. Essa dívida foi renegociada. O acordo financeiro consistiu no seguinte: o Brasil substituiu o pagamento em dinheiro por pagamento em títulos e um novo empréstimo lhe foi concedido para criar condições futuras de pagamento dos débitos. O governo federal adotou uma política para desestimular as importações e fomentou a indústria nacional para criar condições para o abastecimento através da produção nacional própria.
As fazendas de café estavam pelo interior, distantes de onde era vendido o produto, as condições de transporte eram precárias... Os cafeicultores acabaram delegando a terceiros, os comissários, a colocação de sua produção no mercado, eram pessoas de confiança que moravam perto dos centros de consumo e exportação.
Os comissários terminaram concentrando em suas mãos os produtos de vários fazendeiros e viraram em importantes intermediários. Intermediários que atuaram como banqueiros financiando as produções. Os estrangeiros começaram a procurar novamente aos fazendeiros para negociar a compra antecipada e abaratar custos.
O mercado brasileiro estava em profunda transformação.
O esquema tinha sido o seguinte: fazendeiros/comissários/ensacadores/exportadores/importadores/comissários - fazendeiros.
A decisão dos exportadores de negociar diretamente com os fazendeiros modificou também sua forma de atuação, nomearam-se agentes e representantes de vendas pelo interior.
O mercado ficou mais segmentado, mas em compensação, mais livre.
A produção do café cresceu em ritmo acelerado, o mercado consumidor europeu e norte-americano não tinham o mesmo ritmo. A oferta foi maior que a procura, o preço do café começou a despencar no mercado internacional, trazendo sérios riscos para os fazendeiros.
Nos primeiros dois anos do século XX, o excesso de desprezo do café foi de 1 a 4 o que alarmou a cafeicultura.
Para solucionar o problema, os governadores de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro se reuniram e resolveram regular a oferta, com empréstimo do exterior, adquiriram a produção que excedesse o consumo do mercado internacional, se a produção fosse insuficiente, a compra seria liberada.
Estabelecia-se, assim, a primeira política de valorização do café.
O acordo foi desde 1906 até 1910 e cerca de 8,5 milhões de sacas do café tinham sido quitas do mercado.
O futuro da economia cafeeira continuou incerto e surgiram movimentos sociais.
O tenentismo surgiu no início da década de 1920 foi um movimento de caráter político-militar, liderado por tenentes, que faziam oposição ao governo oligárquico. Defendiam a moralidade política, mudanças no sistema eleitoral com a implantação do voto secreto e transformações no ensino público do país.
A política do café-com-leite sofreu duras críticas de empresários ligados à indústria, que neste período estava em expansão.
O movimento durou até 1924, não conseguiu produzir resultados imediatos na estrutura política do país, mas conseguiu manter viva a revolta contra o poder das oligarquias, e preparou o caminho para a Revolução de 1930 que alterou definitivamente as estruturas de poder no país. Em 1930 ocorreriam eleições para presidência e, de acordo com a política do café-com-leite, era a vez de assumir um político mineiro. Porém, o presidente Paulista, Washington Luís indicou um político paulista, Julio Prestes, à sucessão rompendo com o café-com-leite.
Os Descontentes formaram, com políticos da Paraíba e do Rio Grande do Sul a Aliança Liberal para lançar a presidência o gaúcho Getúlio Vargas.
Júlio Prestes saiu vencedor nas eleições de abril de 1930, os políticos da Aliança Liberal, que alegaram fraudes eleitorais.
Liderados por Getúlio Vargas, políticos da Aliança Liberal e militares descontentes, provocam a Revolução de 1930. É o fim da República Velha e início da Era Vargas.

Presidentes da República Velha:
• Marechal Deodoro da Fonseca (15/11/1889 a 23/11/1891),
• Marechal Floriano Peixoto (23/11/1891 a 15/11/1894),
• Prudente Moraes (15/11/1894 a 15/11/1898),
• Campos Salles (15/11/1898 a 15/11/1902) ,
• Rodrigues Alves (15/11/1902 a 15/11/1906),
• Affonso Penna (15/11/1906 a 14/06/1909),
• Nilo Peçanha (14/06/1909 a 15/11/1910),
• Marechal Hermes da Fonseca (15/11/1910 a 15/11/1914),
• Wenceslau Bráz (15/11/1914 a 15/11/1918),
• Delfim Moreira da Costa Ribeiro (15/11/1918 a 27/07/1919),
• Epitácio Pessoa (28/07/1919 a 15/11/1922),
• Artur Bernardes (15/11/1922 a 15/11/1926),
• Washington Luiz (15/11/1926 a 24/10/1930).

terça-feira, 22 de junho de 2010

O Brasil e a Argentina. Texto 5 : Século XIX na Argentina

1810 - 1890
No ano 1810, o primeiro ato de alguns membros da Junta de Governo foi tentar ser independentes do poder espanhol.
Na junta, já estavam representados os dois grupos que fariam a história argentina.
Moreno e Saavedra estiveram frente a frente. A questão apresentada tinha duas soluções possíveis a independência imediata ou manter o mesmo sistema comercial, eles foram seus representantes.
Os mais vigorosos impulsores da Revolução de Maio (Belgrano, Castelli, Moreno e Paso) influídos pela Revolução Francesa, desejavam a liberdade de comércio, pois a metrópole não permitia o desenvolvimento da colônia.
Os escritos de Moreno, apoiados pela maioria dos intelectuais da época, ainda são vigentes.
O General Saavedra, tinha pouca afeição pelos escritos e pela filosofia, quase não temos escritos seus. Nessa disputa saiu vencedor. Moreno partiu em missão diplomática para a Inglaterra e morreu misteriosamente,...
Nos tempos seguintes, vários foram os intentos de se organizar e muitas as lutas.
San Martín e Belgrano tiveram destaque por suas idéias de unidade e federalismo, mas cada região defendia seus interesses sem idéia de unidade, Buenos Aires não tinha interesse na unidade, era uma cidade poderosa e por seu porto passavam as mercadorias todas.
As pessoas se substituíram sem poder real enquanto, em 1816 se dita a Independência Formal, mais nos fatos não foi.
O caos jurídico e a administração desorganizada prejudicavam qualquer intento de independência real.

Em síntese várias eram as lutas, Buenos Aires de frente às províncias, os europeus de frente aos nativos, as províncias com seus caudilhos enfrentados, as províncias enfrentadas entre elas....
Estas lutas internas devoravam os recursos e o nível de vida tinha caído muito.
Os saqueios eram permanentes, a perda de vidas, e de bens provocadas pelas guerras civis devastavam as famílias.
A economia tinha começado com uma integração ao mercado mundial exportando produtos agropecuários. Inserção dependente.
A partir de 1850 na Europa industrializada se necessitavam lãs, a exportação permitiu modernizar as fazendas, aramaram-se os campos, instalaram-se moinhos de água e todos os progressos da época.
Os donos moravam nas cidades, nas fazendas os trabalhadores.
A pesar dos acordos e patos entre províncias e caudilhos, a organização começou depois da Batalha de Caseros em fevereiro de 1852 onde Urquiza, chefe do litoral, vence a Rosas chefe do governo de Buenos Aires. Não foi pela unidade, foi guerra de chefes...
Em 1853 se dita a Primeira Constituição, jurada por 13 províncias. Esta Constituição, repetidamente violada, foi referência, mas Buenos Aires funcionava como estado aparte, era independente...
A partir do 1854 começou um período mais estável e presidencialista sendo eleito Justo José de Urquiza, a capital de “La Confederación Argentina” ficou no litoral, em Paraná.
Foi incentivada a imigração européia para tarefas agrícolas, estabeleceram-se três novas alfândegas e liberaram-se as navegações dos rios para o comércio internacional, enquanto Buenos Aires dita sua Constituição.
As tropas da Confederação derrotaram a Buenos Aires e se nacionalizou sua alfândega.
Com a designação de Domingo Faustino Sarmiento como Diretor de Escolas em 1856, fez-se do ensino público gratuito um instrumento do avanço.
O crescimento escolar foi avassalador.
O aumento do gasto, as dívidas, a queda das importações criaram uma crises muito importante já que a economia dependia das importações e estas, descenderam à metade.
As pessoas tinham desconfiança nos bancos e eram muito reduzidos os depósitos.
Com a chegada massiva dos imigrantes se começou a povoar o território e mudou a composição da população. Ingressaram mais de três milhões de pessoas em sua maioria italianos, espanhóis, alemãs, ingleses, russos, polacos, sírios... Mais de 70 % dos imigrantes morariam em Buenos Aires, os outros dariam origem às grandes cidades do litoral, Cordoba e Mendoza enquanto as províncias do norte ficariam com povoações nativas.
Quase terminando o século, a Igreja que era muito influente, teve conflitos com os habitantes, muitos dos quais não eram católicos, tinham vindo muitos anarquistas ateus da Itália e da Espanha.
As famílias ricas tinham-se afastado da cidade de Buenos Aires pela febre amarela, suas casas foram aproveitadas para se alugar. As casas tinham muitos quartos, em cada um morava uma família imigrante e compartilhavam o pátio e muitas vezes a cozinha e o banheiro. Essas casas eram antigas e, por sua antiguidade, precárias. As pessoas moravam apertadas e o desconforto no dia a dia fazia crescer as saudades e a inquietude. Eles desejavam melhorar seus níveis de vida, vieram com histórias de lutas no sindicalismo europeu e estavam prontos para trabalhar mais lutariam por seus direitos.
Os fazendeiros fundaram a Sociedade Rural Argentina em 1866.

Nos trabalhos do campo predominaram os nativos. Os imigrantes apostavam à acessão social que se lograria sendo colonos, comprando terras, e com a educação de seus filhos. A educação básica na época era gratuita e obrigatória.
Mas as compras das terras tinham limitações, os grandes terratenentes tiveram muitos quilômetros e só as locavam. Por isso, as pessoas não ficavam nos campos e foram às cidades como operários, alguns compravam com créditos hipotecários de muito difícil pagamento.
Os que tinham um ofício lograram a ascensão social tão ansiada e seus filhos lograram ser profissionais ou ocuparam um cargo no estado. Os que ficavam sem trabalho nas cidades se converteram em mendigos.
O modelo de país era agro-exportador, os imigrantes tinham direitos civis mais segundo o modelo proposto, tinham sido convocados para o trabalho e nenhuma outra atividade era-lhe aceitada, as tenções cresciam. No princípio do século seguinte se avizinhavam fortes lutas.

Os conflitos inter-regionais existiram até 1880. Falava-se de unidade, mais sem uma capital nem uma instituição financeira. As elites tinham procedência heterogênea e não tinham espaços formativos comuns, não tinham interesses nem atividades comuns. De essa época, se faloara como de caos social e jurídico, de anarquia.
O voto para presidente não era secreto, obrigatório também não.
Até fim do século se sucederam os presidentes Derqui, que renunciou aos poucos, e terminaram seu período Mitre, Sarmiento, Avellaneda, Roca (1880-1886). Com ele, se acelerou o crescimento econômico, as transformações foram muito notáveis e foi Juarez Celman, seu sucesor, iniciado na política por seu cunhado Roca, quem deu impulso à obra pública mais não pôde manter a estabilidade econômica e unificou aos opositores tendo que renunciar em 1890.
Estes governos todos, liberais no econômico, se caracterizaram pelo desprezo ao nativo, Sarmiento disse: “Não devemos economizar sangue dos gaúchos, é um abono útil para a terra” enquanto seu aporte na educação teve destaque. Acho que é a pessoa mais controversa da Argentina do século XIX.
Roca manejou os filos da política durante mais de 30 anos fazendo complicadas alianças, foi apelidado de “O Zorro”. Participou de todas as guerras nesse período, Buenos Aires e a Confederação, a Guerra do Triplo Aliança, a guerra do Paraguai, na Rebelião Federal... Já em 1878 tinha apresentado um projeto no Congresso da Nação para fazer uma ofensiva contra os indígenas que moravam no sul para ampliar o território. Iniciou a “Campanha ao Deserto”.
A região não tinha povoadores brancos e de civilização européia, os habitantes eram indígenas nômades por isso era chamado de “deserto”.
A lei dizia: “a presença do índio estorva o acesso ao imigrante que quer trabalhar”. Os indígenas foram mortos ou afastados à fronteira com o Chile, uns 10000 nativos foram prisioneiros, as mulheres foram de criadas nas casas... as terras obtidas foram regaladas ou vendidas a políticos importantes. O irmão de Roca, Ataliva, comprou muitas terras a um custo baixo, depois as vendeu por muito mais valor aos colonos... Sarmiento tinha dito: ”O presidente Roca faz negócios e seu irmão ‘ataliva’” querendo dizer que fazia “mordeduras”.
Sobre o tema pôde-se ler o “Informe Oficial da Comissão Científica que acompanhou ao Exército Argentino”.
Desde o ponto de vista econômico, Roca deu prosperidade à nação com aportes do estrangeiro. Criaram-se estradas, como as terras ficavam longe do porto, valorizaram-se com os trens, assim puderam exportar carnes congeladas, couros e produtos agrícolas (milho e outros). Desarrolhou-se o agro, as exportações, se separou a igreja do estado ditando as leis do casamento civil, crio o Registro Civil... Deu impulso à educação... Buenos Aires se transformou em 1881, em Território Federal.
Hilda Mendoza
Criação pessoal baseada em livros de História, sindo seus autores Bartolomé Mitre, Milcíades Peña, José Luis Busaniche, Rodolfo Puiggrós, Felipe Pigna.

Minha posição sobre a “Campanha ao Deserto”

Neste momento falo como neta de europeus que tinham vindo ao país por ser expulsos da Europa pela fome e as guerras.
Acho que não é tudo igual. Conquistadores e conquistados... colonizadores e colonizados...
Mas acho que há um valor supremo que é a vida mesma e a igualdade dos seres humanos, se bem é certo que nascemos diferentes... Não é o mesmo nascer em uma família com casa e determinada tranquilidade econômica, que nascer com todo tipo de carências. As pessoas serão diferentes, mais essa diferença foi imposta pelas circunstâncias históricas, pelos valores da época, pela falta de solidariedade, pela supremacia de uma cultura sobre outra...
João justifica as mortes de pessoas pelo contexto histórico. Não há contexto para a morte de ninguém.
Antes da chegada dos conquistadores (meus avôs não foram conquistadores, simplesmente procuravam paz e trabalho...) os nativos viviam em seu território de acordo a seus costumes, suas tradições e suas culturas.
Acho que não há cultura superior à outra.
O fato de ter introduzido elementos de outras culturas não autoriza a ninguém o roubo organizado de terras.
Os povos originários pegaram o cavalo e a faca assim como nós pegamos elementos de outras culturas, agora, eu estou-me apropriando de uma língua que não é a minha, por exemplo ( e que não domino).
Como detalhe, aclararei que não todos eram nômades, sim “no deserto”. Sustento isso do detalhe. O ser sedentário também não autoriza o avassaiamento de ninguém, não.
Eram caçadores, amavam a terra, não contaminavam, respeitavam seus avôs, falavam com seus deuses, e, sem idealizar, alguns também firmaram patos secretos com os conquistadores para entregar a suas tribos. Como alguns brancos?
Acho que eu defenderia meus domínios se fosse invadida e atacada, sou mulher branca, é legal? É legal a defesa própria para os brancos? Alguém lembra os negócios fechados, os bancos protegidos quando no ano 2001, os esfomeados tinham vindo a Buenos Aires? Não estávamos defendendo o nosso? Ou íamos a entregar nosso fruto? Não o aceito não, mais quem não reclamou pelo roubado? Acho que só a justiça pode dissolver os fatos errados dos homens.
Os povos lutaram para se defender.
Atacaram? Sim, aos invasores... Eles tiveram outra justiça... (entendo, não justifico)
Além disso, Que é um deserto? Desabitado disse o Aurélio. Não estava desabitado, não. Tinha habitantes de outra cor, de outros costumes, com outros valores, tão válidos como os dos povos todos.
Foram afastados à fronteira, suas terras foram regaladas ou vendidas (vou postar o Texto da Argentina no século XIX que estou escrevendo, tento...) o irmão de Roca, Ataliva, comprou muitas léguas que depois vendeu aos colonos a dez vezes seu valor. Era tudo tão corrupto que o próprio Sarmiento disse: Julio Argentino Roca faz os negócios e seu irmão “ataliva” (sentido figurado por “mordida”).
Por que os soldados tinham que trazer testemunhos das mortes? Por que as orelhas não foram suficientes? Porque alguns soldados tinham piedade e sacavam as orelhas e deixavam viver, então pediu as cabeças!!!!!
Um número estimado de vários milhões moravam neste território... (Wikipedia) ... e sigo com Wikipedia: “Genocídio tem sido definido como o assassinato deliberado de pessoas motivado por diferenças étnicas, nacionais, raciais, religiosas e (por vezes) políticas... O genocídio foi, na época da colonização européia na América Latina e na África, largamente utilizado para que com o extermínio dos povos indígenas, se tornasse mais fácil para a Europa a escravização daqueles que lá habitavam”
"Era preciso que eles pacificarem".... Ou era preciso que entregaram as terras sem resistência?
Sim, a expedição foi financiada com a venda antecipada de terras, de terras alheias, comunitárias... e com algum dinheiro aportado pelos “donos” do dinheiro da época (como há nomes que permanecem em nosso presente, prefiro não nomeá-los) que em “agradecimento” foram recompensados com 10 ou 12 ou 15 milhões de hectares (não miles)....
Os índios ficaram em reservas... As acho tão parecidas aos zoológicos...

É verdade que com o dinheiro obtido se financiaram muitos projetos que teriam custado muito levar adiante, o país “progrediu”.
Concordo com João, acho que só devemos voltar para o assunto para lembrar das coisas para não repetir mais, não para nos enfrentarmos. Hoje, temos que colocar todas as nossas energias na mortalidade dos índios que estão desaparecendo que estão precisando de atenção médica, educação e nutrição. Pode-se matar tanto com um fuzil quanto com o esquecimento. Muda o instrumento.

Não desejo falar da política partidarista de candidato ninguém, nem dos candidatos donos de meio Chaco, nem dos donos de meia patagônia, nem dos donos de meia Buenos Aires, nem os donos...

Sim desejo falar dos acontecimentos que fizeram que na Argentina, tivéramos povos excluídos para, como disse João, colocar nossas energias na ajuda solidária para se evitar repetir a história.
"A caridade é humilhante porque se exerce verticalmente e desde acima; a solidariedade é horizontal e implica respeito mutuo" Eduardo Galeano

Para pôr fim, outra vez Eduardo Galeano (perdão pela tradução E.G.)
A violência engendra violência, como se sabe; pero também engendra ganâncias para a indústria da violência, que a vende como espetáculo e a converte em objeto de consumo.

Um abraço João, e obrigada por fazer que a gente viva o sentimento solidário para com os povos excluídos de nossa pátria, para com os marginados da história.
As pessoas unidas nas diferenças seremos as que lograremos que nossa Argentina dê no alvo.
Hilda

O que faz de mim a pessoa que eu sou hoje?

O que faz de mim a pessoa que eu sou hoje?
Por Silvina Buzarco, 4o Nivel, quartas, 15h

Acho que é um conjunto de fatores, mas o mais importante é minha decisão de fazer ou não, de acordo com minhas convicções, minhas crenças, ideias e princípios que norteiam minha vida, poucas vezes abro mão de minhas convicções, mas gosto muito de conhecer outras opinões como a de João Guimarães Rosa, que diz: " Viver é um descuido prosseguido". ( Grande Sertão, Veredas)

Acho que uma característica ou peculiaridade de minha personalidade é o fato de não falar muito de mim e também é uma escolha, então não vou escrever sobre mim, mas sim sobre uma anedota muito engraçada que ouvi nas minhas férias, neste ano no Brasil e tem a ver com as relações de pessoas que moram numa mesma casa.
Na casa de minha prima, Marina moram além dela, Lucas o filho dela, Lia a filha de Marina, e a faxineira a quem chamamos carinhosamente Neguinha, ela trabalha lá há 20 anos e conhece os meninos desde criança, mas ela tem um sentimento especial pelo Lucas e sempre liga para ele, para perguntar se ele já comeu, se ele já dormiu, se ele quer alguma coisa e um dia Lucas foi à casa de sua namorada e ficou lá 3 dias, então Neguinha ligou para ele para lhe perguntar se ele havia trocado suas cuecas ou se vestia a mesma que o primeiro dia...

A genética determina o comportamento?
Acho que sim , mas nem sempre é mais determinante do que nossa capacidade de decidir, as pessoas impulsivas demais, agem sem refletir e aos poucos elas reagem de um jeito agressivo. Muitas vezes o que determina o comportamento é a lembrança das situações vividas, especialmente na infÂncia, que ficam guardadas na memória.
Exemplo: as crianças que foram agredidas pelos pais, têm consequências na sua vida e muitas vezes repetem o agir deles.
"Tudo é evitável exceto as consequências".

Os pais influenciam a personalidade dos filhos desde que eles nascem. O jeito de agir deles é mais importante para os filhos do que seus pais falam.
Eu puxei do meu pai, meu gosto pelo estudo e de minha mãe seu caráter determinado e firme.
O estilo de educação importa especialmente pelo erro ou pela omissão, se os pais são rígidos demais é muito comum que os filhos não andem na linha.
Tentamos com meu marido educar aos nossos filhos sem pressioná-los.
Não podemos generalizar sobre a educação de um país ou de outro, a diversidade e pluralidade é tão grande que é impóssivel fazer comparação; com as províncias é a mesma coisa..
Concordo com muitas opinões da reportagem, mas não com a que diz que " sem interação com o outro não há personalidade", porque não há possibilidade de não ter personalidade, isso que o neurologista chama de " não haver personalidade é mesmo um jeito de personalidade, se tomamos o significado da palavra personalidade como " um conjunto de características de cada pessoa que a distinguem de outra" (Dicionário da Academia Brasileira de Letras, 2009).

Silvina Burzaco
4º Nível.

O Geral Roca e o genocídio atual dos povos originários

O Geral Roca e o genocídio atual dos povos originários
Por Juan, 6o Nível, Sábado

Li com muita atenção as notas escritas no blog. Gostei muito da escrita por Hilda sobre “O Brasil e a Argentina, Texto 2: A população”. Qualifiquei clicando no quadrinho “Legal”. Porém, Hilda se refere ao Gral Roca como “genocida”. Achei forte essa qualificação e gostaria de pegar esse conceito que ela desenvolveu para dar minha opinião.

Algumas pessoas consideram que a expedição de 1879 contra os índios foi um genocídio e destratam a figura do Geral Roca, seu condutor. Matar qualquer ser humano é um ato inapropriado e abominável. Mas acho que não devemos esquecer o contexto dessa expedição militar na hora de colocar adjetivos.

Antes da chegada dos espanhóis os povos originários estavam agrupados em parcelas mínimas de território e aproveitaram a introdução do cavalo, boiadas e armas para sua expansão territorial. O índio pegou o cavalo e a faca de ferro dos espanhóis, se tornando um flagelo terrível para o branco a quem roubava suas boiadas para serem vendidas ao Chile. Eles nunca foram sedentários. Foram sempre caçadores. A introdução do boi mudou suas vidas pois não era a mesma coisa capturar animais nativos que “caçar” mansas vacas.
Os índios Araucanos entram ao nosso país nos primórdios do século 18 quando nossa Pampa e a Patagônia eram desertos com apenas uns poucos grupos de povoadores espalhados apenas nessa imenso pasto natural. Havia inúmeras cabeças de gado selvagem que eram “caçadas” pelos escassos colonizadores só para extrair o couro. Eles deviam fugir perante o ataque constante dos índios, os famosos “malones” que eram bandos de até 6.000 índios que atacavam, de maneira rápida e inesperada, cidades, povoados e fazendas com fim de obter gado, provisões bem como mulheres novas (as “cativas”).
Por volta de 1869 era preciso consolidar a nascente Argentina, anexando ao novo país La Pampa e a Patagônia. Por conseguinte, Mitre, Sarmiento e Alsina, entre outros, começaram a estabelecer uma política de ocupação que é concluída pelo Presidente Avellaneda, em 1878. Este encarrega ao Geral Roca, nesse ano, a “Conquista do Deserto”, ação militar votada democraticamente pelo Congresso e apoiada pela sociedade da época, para consolidarem o território argentino e porem freio aos constantes ataques do índios, conduzidos por o Cacique Calfucará, numa extensa região cuja fronteira ficava perto da cidade de Buenos Aires. Era preciso, também, eles pacificarem e organizarem a região, já que os imigrantes europeus estavam chegando a nossas costas (Meus bisavôs chegaram em 1880, dois anos depois da Expedição ao Deserto).

A Expedição foi financiada pela venda antecipada de parcelas de 10.000 hectares cada. Houve vencedores e vencidos. Os índios ficaram em grandes reservas que mãos inescrupulosas depois, e até agora, as têm usurpado de há pouco.
Na mina opinião não foi um genocídio. Foi o confronto de dois exércitos. O bravo cacique Calfucurá não era o líder de um grupo de “Carmelitas Descalças”. Cidades completas foram destruídas por eles enquanto nosso território era ameaçado pela ocupação de países vizinhos.
Seria melhor que isso não tivesse acontecido. Odeio as guerras. Infelizmente, existiu. Acho que só devemos voltar para o assunto para lembrar das coisas que não temos de repetir mas não para nos enfrentarmos. Hoje, temos que colocar todas as nossas energias na mortalidade dos índios , aqui e neste momento, onde os nossos irmãos guaranis, wichis e mocovíes, estão desaparecendo e ninguém está fazendo nada por eles, com exceção de umas poucas pessoas e organizações privadas. Não acho que sejamos “genocidas” hoje, mas como nos nomeamos aqueles que deixamos morrer nossos irmãos argentinos que estão precisando de atenção médica, educação e nutrição? Pode-se matar tanto com um fuzil quanto com o esquecimento. O verbo é o mesmo, o que muda é o instrumento.
As instituições governamentais encarregadas de corrigir a situação nada fazem. Segundo eles: “Não tem fundos”. A Argentina tem dinheiro para enviar jatos só para levar jornais e bolos para as casas do fim de semana localizadas na região patagônica, mas não tem nem sequer um peso para que o nível de vida dos indígenas atinja o nível igualável ao do resto do habitantes. Os governantes lembram que eles existem na época de eleições. Depois olham para outro lado enquanto passeiam em carros e aviões luxuosos, estourando dinheiro público e se enriquecendo de um dia para o outro, esquecendo o povo que os elegeu.
Minha mensagem final, sobre a qual gostaria conhecer a opinião dos meus colegas, é que embora seja bom aprender do passado, nós argentinos devemos deixar de mexer no nosso passado buscando rancores e nos concentrarmos naqueles pontos que nos unam. Vejo constantemente como a nossa presidente, por exemplo, fala sobre a ausência dos direitos humanos acontecida trinta anos atrás enquanto não está vendo essa mesma falta no cotidiano (insegurança, desaparecimento dos povos originários, falta de medicina hospitalar, salários dos aposentados, etc.)

Por isso: Chega de briga! Que A gente se una para o futuro e não deixemos que nos separem! A gente já o demonstrou na festa do Bicentenário: O povo deu exemplo de união e fraternidade. Os políticos deram exemplo de briga e incomunicabilidade.

Grande abraço para todos, especialmente para Hilda, por suas contribuições e dedicação!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

O Brasil e a Argentina. Texto 4 : Século XIX no Brasil

O Brasil teve uma longa história de lutas sociais e étnicas, foram lutas de resistência contra a dominação a que estavam sujeitos, nelas já estava presente o problema da autonomia e das estratégias dos diferentes grupos sociais.
O homem branco, com sua cultura e instituições trazidas da Europa, foi o que introduziu formas de organização que por ser diferentes às existentes, iriam gerar os crescentes conflitos sociais que se foram agravando na transição da época mercantil à época industrial.
A economia estava baseada inicialmente no escambo, mas logo foi organizada em torno dos latifúndios do açúcar e do café, que se somaria à exploração mineral de ouro e diamantes.
A produção baseada na mão de obra escrava, índia e negra deu a essa dominação e exploração, também um caráter étnico.
Às primeiras indústrias metalúrgicas e manufatureiras, foram a fábrica de ferro de Sorocaba, a fabrica de armas de Minas, a indústria Mauá, em Niterói.
Em 1850 havia já cerca de 50 indústrias, entre fábricas de tecidos, alimentação, metalurgia e produtos químicos.
Consideram-se diferentes períodos na história do século XIX
O período joanino:
Com a invasão de Napoleão D. João VI decidiu mudar a corte para o Brasil, evitando ser aprisionado com sua família e o governo, tornando possível manter a autonomia portuguesa a partir do Brasil. Manteve assim também o Brasil em poder de Portugal.
A Corte de D. João permaneceu no Brasil desde 1808 até 1821 quando a ex-colônia brasileira se converteu em sede da monarquia. Em 1808, D. João aportou na Bahia, onde assinou uma Carta Régia abrindo os portos brasileiros ao comércio com as nações amigas. Depois, ele e sua Corte partiram em direção ao Rio de Janeiro. Na nova capital tomou várias medidas: revogou a proibição das manufaturas no Brasil; criou a Real Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação e o Banco do Brasil (é interessante ler todo o desenvolvimento da época)...
Os anos seguintes de sua permanência no Brasil foram marcados pela assinatura dos tratados com a Grã-Bretanha e pela elevação do Brasil a Reino Unido a Portugal e Algarves. No campo militar, seu governo enfrentou uma revolta em Pernambuco em 1817.
O Nordeste do Brasil, tinha dificuldades econômicas pela queda do preço do açúcar a isso se somavam os pesados impostos cobrados para custear os gastos da monarquia instalada no Rio de Janeiro. A eclosão social foi iminente, surgiu um movimento separatista em Pernambuco nesse ano. A profunda insatisfação dos colonos que enfrentavam dificuldades econômicas, somadas às idéias de liberdade e igualdade que agitavam a Europa e a América, os levaram à conspiração, quando criado o Governo Provisório.
O movimento recebeu a adesão da Paraíba e do Rio Grande do Norte. O governo republicano publicou a Lei Orgânica que destacava a igualdade de direitos e a garantia da propriedade privada, decretou também a extinção do impostos. Este movimento, de caráter republicano, separatista e anti-lusitano fracassou, não obstante, deixou profundas raízes na sociedade pernambucana, que anos mais tarde revolta-se novamente.
D. João aboliu efetivamente o regime colonial ao estabelecer a sede da monarquia e promoveu uma inversão de papéis entre Brasil e Portugal. Foram abolidas uma a uma as velhas engrenagens da administração colonial, e foram substituídas por outras de uma nação soberana. Caíram-se as restrições econômicas e passaram para um primeiro plano os interesses do país.
O Brasil constituiu uma base essencial da economia portuguesa. A exportação era quase toda canalizada pelos portos brasileiros; e a importação ia quase toda do Brasil. As matérias-primas tropicais faziam escala em Lisboa e de aí eram reexportadas para o exterior.
Muitos nobres, instalados na corte do Rio, viviam à custa dos bens que possuíam no Portugal. Assim, a política joanina de romper antigas subordinações do Brasil em relação à Metrópole provocou crises em Portugal.
D. João VI prestou juramento à futura Constituição portuguesa em 1821, tropas portuguesas dos quartéis do Rio de Janeiro amotinaram-se, exigindo que D. João VI retornasse ao Portugal, para evitar uma guerra civil nomeou Regente seu filho primogênito e embarcou para Lisboa e em 1825 reconhece a independência política do Brasil.

Período do Império.
Primeiro reinado.

A independência política do Brasil em 1822 marcou o fim do tráfico de escravos. O reconhecimento da independência política do Brasil, proclamada por seu filho, D. Pedro deu início ao período do Império até 1889. D. Pedro I foi imperador até 1831. Ele acreditava que a melhor maneira de eliminar a escravidão seria de uma maneira gradual, com a imigração de trabalhadores europeus para substituir aos escravos que viriam a faltar. A escravidão não se resumia somente a negros, havia casos de brancos escravos. Ter escravos estava muito difundido, pessoas com pouco dinheiro compravam um, apenas pudessem.
O Imperador combatia a escravidão e entrava em choque com a população que via em suas ações uma demonstração de autoritarismo.
Poucos foram os que se aliaram a D. Pedro na primeira metade do século na luta pelo fim da escravidão. A maior parte, permanecia hostil às idéias abolicionistas. Depois de várias décadas seu filho, D. Pedro II e sua neta, lograram extingui-la.
A Constituição previa que, o Brasil seria comandado por uma regência de três autoridades. A Regência Trina tinha um representante de cada uma das três grandes vertentes políticas no país, os liberais, os conservadores e os militares. Mostraram-se democráticos e federalistas, pois criaram as Assembléias Legislativas provinciais, para dar maior autonomia às províncias brasileiras descentralizando. Além disso, a cidade do Rio de Janeiro foi município neutro.
Viúvo desde 1826, contrai segundas núpcias por procuração em 1829. Ao morrer João VI para evitar o conflito com seu irmão absolutista que tinha participado por duas vezes em tentativas de assassínio do seu pai e não era visto com bons olhos pelos portugueses, torna-se Rei de Portugal, abdicou aos poucos em favor da sua filha Maria da Gloria e regressou ao Brasil porque a Constituição brasileira não lhe permitia ser monarca de dois países. Acordou o casamento da filha com o tio, mas as alianças dele com os setores mais absolutistas o forçaram a regressar a Portugal para lutar pela causa liberal e pelo reconhecimento do direito da sua filha ao trono português.
Em 1831 abdica da coroa do Brasil em favor de seu filho Pedro II e parte para Portugal.

Segundo reinado.
A maioridade de Dom Pedro II é decretada pela Assembléia Geral e assume o trono, com apenas 14 anos. O Brasil teve um período de império com dois reinados. Dom Pedro II conseguiu, nos primeiros anos de seu governo um Brasil estável e próspero.
Assim cumpriu 18 anos por negociações diplomáticas, foi assinado o contrato de casamento com a Princesa Teresa Cristina Maria. Como princesa real, teve uma educação esmerada: belas artes, música, canto, bordado, francês e religião. Possuía natureza sensível, inteligência apurada e inclinada naturalmente ao culto da arte. Estudiosa da cultura clássica, interessou-se especialmente pela arqueologia e as descobertas que estavam sendo realizadas na sua época,
Ela seria conhecida como "a imperatriz arqueóloga” e daria muito incentivo as manifestações culturais do Brasil.
Seguiu a tendência centralizadora com a nomeação de todos os cargos de hierarquia.
O fato também se percebeu na organização do Código de Processo Criminal, na admissão de uma espécie de Parlamentarismo na Constituição. Cria-se o Banco do Brasil....
Logrou-se certa coesão ao superar o segundo ciclo de revoltas por questões sociais e disputas de elites.
Mostrou a crescente força do poder central para sufocar as revoltas.
A Revolução Farroupilha (no sul do Brasil) quando D. Pedro II assumiu o trono, tomava proporções assustadoras, além disso, a região estava próxima de conseguir a independência do resto do país, o fato foi controlado com inteligência por D.Pedro II. Ele nomeou Comandante-chefe do Exército, a quem tinha sufocado as revoltas em Minas e em São Paulo. Além da liderança no Exército, foi agraciado com o título de Presidente da província do Rio Grande do Sul, negociou com líderes e fez manifestos patrióticos integrando-se.
D. Pedro II interveio na política ou militarmente nos vizinhos da região do Cone Sul sempre que sentisse que era de importância estratégica para os interesses do Brasil. Orientando-se no sentido de evitar o fortalecimento da Argentina, Uruguai e Paraguai, Oribe (Uruguai) e Rosas (Buenos Aires) buscavam criar um só país, isso desequilibraria as forças, já que o novo país controlaria os dois lados do rio da Prata. Os interesses do Brasil na região estavam em perigo. D. Pedro II declarou a guerra aos dois países, e mandou organizar um novo exército no Sul, invadiu o Uruguai, derrubando Oribe e apagando a possibilidade do Uruguai se fundir com a Argentina e o Brasil se aliou às tropas do general Urquiza para lutar contra Rosas.

O Paraguai era independente política e economicamente com estado regulador e incentivo à indústria. Tinha uma política autônoma. Os ingleses não permitiram isso porque o Brasil e a Argentina deixariam de comercial com eles. Articulou-se um conflito que finalizou com a guerra do Paraguai, o país mais desenvolvido da América. Foi uma guerra que deixou sem homens ao Paraguai, eles defenderam com a vida seu país.

O Paraguai foi derrotado pelos três países e sua economia despedaçada.
Uma forte seca no norte causou muitos mortos (mais que a guerra do Paraguai). Também teve que enfrentar a resistência dos povos, que se manifestaram com revoltas, aos aumentos dos impostos...

As práticas das escolas foram transferidas a uma Escola Central (depois será a Escola Politécnica) e foi criada outra Academia Militar.

Ao ter o mundo maior poder econômico, cresceu a demanda do café brasileiro favorecendo aos produtores que exportavam. Os paises que se industrializavam também necessitavam de matérias-primas. Isso desarrolhou os meios de transporte e determinou uma nova organização dos setores mercantil e financeiro. Parte dos lucros gerados na produção de café se usaram na montagem de fábricas desenvolvendo assim às indústrias.
Em 1850 aboliu-se a escravatura embora não foi de cumprimento efetivo. Em 1871 se promulgou a Lei do Ventre Livre que dá liberdade aos filhos de escravos nascidos no Brasil.
O que mais favoreceu o crescimento interno econômico foi a solução do problema da mão-de-obra através da imigração européia além da expansão do crédito, através de uma reforma bancária, que deu recursos para a formação de novas lavouras cafeeiras. Em São Paulo, reduziram o custo de transporte para os proprietários das novas lavouras que estavam no interior paulista a expansão das redes ferroviárias.
Diversificaram-se as atividades econômicas estimulando a urbanização. Os investimentos feitos na compra de escravos eram direcionados para a mecanização da indústria e pagamento de salários.
As pessoas ligadas ao café comandavam todos os setores da economia, isso não acontecia nos engenhos de açúcar onde os proprietários ficavam nas tarefas específicas e o setor financeiro estava a cargo de outros setores.
As transformações na estrutura produtiva fora gerada pela cafeicultura que possibilitou a vagarosa a gradual modernização da sociedade brasileira, que transformaria a sociedade rural e escravista em uma sociedade urbana industrial.
Nessa época, o Império passou a financiar a imigração de europeus para que se dedicassem à agricultura, foram milhões de imigrantes europeus, na sua maioria italianos, espanhóis e portugueses, além de contingentes menores de alemães, russos, suíços e de outras nacionalidades. No início do século XX, começou a imigração de japoneses.
Propuseram lhe que se tornasse o Imperador da Ibéria ( unificação do Portugal com a Espanha). O monarca brasileiro aceitou a proposta e realizou os preparativos para partir para a Europa e derrotar os absolutistas em favor dos constitucionalistas. A aceitação da oferta da coroa imperial da península Ibérica seria uma das razões que levaria D. Pedro a abdicar do trono brasileiro.
Os Partidos Republicanos do Rio de janeiro e de São Paulo criaram clima de intensa agitação. E pediram a intervenção militar o Exército se mostrou sensível ao pedido. Os líderes republicanos se reuniram com o marechal da Fonseca, pedindo-lhe que liderasse o movimento para depor a monarquia ele aceitou a proposta. No dia 15 de novembro de 1889, a República foi final¬mente proclamada.
Foi uma época de grande progresso cultural e industrial, com o crescimento e a consolidação da Nação Brasileira onde se criaram e reformularam escolas e faculdades, onde se fomentaram as artes e as manifestações culturais.
Hilda Mendoza
Bibliografia:História do Brasil (Francisco de Assis Silva)
Brasil e Argentina (Boris Fausto e Fernando Devoto)
http://es.wikipedia.org

O Brasil e a Argentina. Texto 3 : Síntese. Século XIX

1808 - 1889
Os movimentos sociais têm ocorrido durante a História da Humanidade toda e variam muito em termos de métodos, duração e motivações. Eles têm podido dar-se em formas pacíficas ou violentas.
Os resultados serão grandes mudanças na cultura, na economia e nos ideários políticos.
Estes movimentos sociais e os desenvolvimentos econômicos determinaram os crescimentos dos países.
BrasilArgentina
Foi um século de governo forte e unificado, onde se promoveu o desenvolvimento econômico, cultural e educacional.
Também se organizou o país juridicamente, promulgou-se a liberação dos escravos, processo vagaroso e imprescindível para o progresso da humanidade.
Transformou-se a sociedade rural e escravista em uma sociedade urbana industrial.




Foi um século de inserção mundial dependente, caos jurídico, lutas pelo poder e estado ausente.
Liberaram-se os escravos nos primeiros anos do século.
Depois de 1860 começou a organização política intervindo somente as pessoas de origem europeu, educadas na Europa ou nas universidades de Chuquisaca ou Córdoba.
Deu-se impulso à educação, elevando-se muito o número de centros educativos. Fez-se o primeiro censo nacional. Se criara o Teatro Colón e Escolas Militares, de Marina...

Uma síntese mais cumprida será feita nos textos 4 e 5 ...
Hilda Mendoza
Bibliografia:História do Brasil (Francisco de Assis Silva)
Brasil e Argentina (Boris Fausto e Fernando Devoto)
http://es.wikipedia.org

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Manifesto Porta na Cara

O video abaixo foi mostrado na aula de ontem de Brasil: Questões Contemporânes, na qual discutimos a questão racial no Brasil, a partir do capítulo 09, do livro de Carlos Alberto Almeida, "A cara do Brasileiro". A turma de Conversação também foi exposta a temática parecida, a partir do filme "Vista a Minha Pele", de Joel Zito;

O que você acha disso?

Filtro Solar

Ouvimos na última aula de Conversação. Silvina (Carol) Katz colaborou com o video. Kaline Mendes foi quem me presenteou o CD.

Filtro Solar
Pedro Bial





Senhoras e senhores da turma de dois mil e tres:
Filtro solar!
Nunca deixem de usar filtro solar!
Se eu pudesse dar uma só dica sobre o futuro,
seria esta: use filtro solar.
Os benefícios a longo prazo do uso de filtro solar estão provados e comprovados pela ciência;
já o resto de meus conselhos não tem outra base confiável além de minha própria experiência errante.
Mas agora eu vou compartilhar esses conselhos com vocês.
Aproveite bem, o máximo que puder, o poder e a beleza da juventude.
Ou, então, esquece... Você nunca vai entender mesmo o poder
e a beleza da juventude até que tenham se apagado.
Mas, pode crer, daqui a vinte anos, você vai evocar as suas fotos e
perceber de um jeito - que você nem desconfia hoje em dia
quantas tantas alternativas se lhe escancaravam à sua frente,
e como você realmente tava com tudo em cima.
Você não está gordo! Ou gorda!
Não se preocupe com o futuro.
Ou então preocupe-se, se quiser, mas saiba que pré-ocupação
é tão eficaz quanto mascar chiclete
para tentar resolver uma equação de álgebra.
As encrencas de verdade de sua vida tendem a vir de coisas que nunca
passaram pela sua cabeça preocupada, e te pegam no ponto fraco às quatro
da tarde de uma terça-feira modorrenta.
Todo dia enfrente pelo menos uma coisa que te meta medo de verdade.
Cante.
Não seja leviano com o coração dos outros.
Não ature gente de coração leviano.
Use fio dental.
Não perca tempo com inveja.
Às vezes se está por cima,
às vezes por baixo.
A peleja é longa e, no fim,
é só você contra você mesmo.
Não esqueça os elogios que receber.
Esqueça as ofensas.
Se conseguir isso, me ensine.
Guarde as antigas cartas de amor.
Jogue fora os extratos bancários velhos.
Estique-se.
Não se sinta culpado por não saber o que fazer da vida.
As pessoas mais interessantes que eu conheço não sabiam,
aos vinte e dois, o que queriam fazer da vida.
Alguns dos quarentões mais interessantes que conheço ainda não sabem.
Tome bastante cálcio.
Seja cuidadoso com os joelhos.
Você vai sentir falta deles.
Talvez você case, talvez não.
Talvez tenha filhos, talvez não.
Talvez se divorcie aos quarenta, talvez dance ciranda em suas bodas de diamante.
Faça o que fizer, não se auto-congratule demais, nem seja severo demais com você.
As suas escolhas tem sempre metade das chances de dar certo.
É assim pra todo mundo.
Desfrute de seu corpo.
Use-o de toda maneira que puder. Mesmo.
Não tenha medo de seu corpo ou do que as outras pessoas possam achar dele.
É o mais incrível instrumento que você jamais vai possuir.
Dance.
Mesmo que não tenha aonde além de seu próprio quarto.
Leia as instruções, mesmo que não vá segui-las depois.
Não leia revistas de beleza. Elas só vão fazer você se achar feio.
Brother and sister
Together we'll make it through
Someday your spirit will take you
And guide you there
I know you've been hurtin'
But I've been waiting to be there for you
And I'll be there just helping you out
Whenever I can
Dedique-se a conhecer os seus pais.
É impossível prever quando eles terão ido embora, de vez.
Seja legal com seus irmãos. Eles são a melhor ponte com o seu passado
e possivelmente quem vai sempre mesmo te apoiar no futuro.
Entenda que amigos vão e vem, mas nunca abra mão de uns poucos e bons.
Esforce-se de verdade para diminuir as distâncias geográficas
e de estilos de vida, porque quanto mais velho você ficar,
mais você vai precisar das pessoas que conheceu quando jovem.
More uma vez em Nova York, mas vá embora antes de endurecer.
More uma vez no Havaí, mas se mande antes de amolecer.
Viaje.
Aceite certas verdades inescapáveis:
Os preços vão subir. Os políticos vão saracotear.
Você, também, vai envelhecer.
E quando isso acontecer, você vai fantasiar que quando era jovem,
os preços eram razoáveis, os políticos eram decentes,
e as crianças, respeitavam os mais velhos.
Respeite os mais velhos.
E não espere que ninguém segure a sua barra.
Talvez você arrume uma boa aposentadoria privada.
Talvez case com um bom partido.
Mas não esqueça que um dos dois pode de repente acabar.
Não mexa demais nos cabelos senão quando você chegar aos quarenta
vai aparentar oitenta e cinco.
Cuidado com os conselhos que comprar,
mas seja paciente com aqueles que os oferecem.
Conselho é uma forma de nostalgia.
Compartilhar conselhos é um jeito de pescar o passado do lixo, esfregá-lo,
repintar as partes feias e reciclar tudo por mais do que vale.
Mas no filtro solar, acredite!
Brother and sister
Together we'll make it through
Someday your spirit will take you
And guide you there
I know you've been hurtin'
But I've been waiting to be there for you
And I'll be there just helping you out
Whenever I can
Everybody's free...

7 de junho. Dia do Jornalista na Argentina

Aproveito o dia de hoje para desejar parabéns a todos os jornalistas do Brasil e que a luta em proveito dos direitos do jornalista tenha sucesso.
O dia Nacional de Luta em defesa do Diploma iniciou-se no I Congresso Brasileiro de Jornalistas, em 1918, no Rio de Janeiro, quando pela primeira vez fora reivindicado o estabelecimento de um curso específico de nível superior para a profissão. “Desde então, os jornalistas brasileiros vêm lutando pelo direito a uma regulamentação que garanta o mínimo de qualificação profissional àqueles que pretendam trabalhar como jornalistas.”

O dia do jornalista no Brasil

O Dia do Jornalista é comemorado no Brasil no dia 7 de abril, em homenagem a João Batista Líbero Badaró, médico e jornalista, brasileiro de origem italiana, que morreu assassinado por inimigos políticos no dia 7 de abril de 1830 em São Paulo durante uma passeata de estudantes que comemoravam os ideais libertários da Revolução Francesa.
Também se fala que o dia foi considerado porque D. Pedro I, tinha abdicado o dia 7 de abril de 1831. Em 1931, em homenagem a esse acontecimento se instituísse como o “Dia do Jornalista”.

Sobre a indecisão na data propícia: O dia foi comemorado em várias datas com aspectos históricos importantes.

24 de janeiro: foi um dia instaurado para homenagear a São Francisco de Sales (bispo e doutor da Igreja Católica 1567-1622) e em ele aos profissionais do jornalismo.



29 de janeiro
: uma homenagem ao jornalista, farmacêutico, escritor, orador e uma das mais destacadas figuras do movimento abolicionista José do Patrocínio falecido em 1905.





16 de abril comemora-se o dia do repórter, um profissional do jornalismo, poderíamos dizer do jornalista também.

03 de maio pode ser considerado o Dia do Jornalista por ser a data da Liberdade de Imprensa, decretada pela ONU em 1993.

01 de junho de 1808 começou a circular, o “Correio Braziliense”, editado em Londres por Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça.

08 de novembro A jornalista Daniela Bertocchi acha que o dia seria esse já que é o dia que maior quantidade de pessoas o celebrarem.

Hilda
Bibliografia: textos de Internet

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Internacionalização da Amazônia

Durante debate ocorrido no mês de Novembro/2000, em uma Universidade, nos Estados Unidos, o ex-governador do Distrito Federal, Cristóvam Buarque (PT), foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia. O jovem introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um humanista e não de um brasileiro. Segundo Cristovam, foi a primeira vez que um debatedor determinou a ótica humanista como o ponto de partida para a sua resposta:

"De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso. Como humanista, sentindo e risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a Humanidade. Se a Amazônia, sob uma ótica humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço. Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado

Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país. Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação. Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural amazônico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país.

Não faz muito, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado. Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhattan deveria pertencer a toda a Humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua história do mundo, deveriam pertencer ao mundo inteiro. Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil. Nos seus debates, os atuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida.

Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do mundo tenha possibilidade de ir à escola. Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro. Ainda mais do que merece a Amazônia. Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um patrimônio da Humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar; que morram quando deveriam viver. Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa."

(*) Cristóvam Buarque foi governador do Distrito Federal (PT) e reitor da Universidade de Brasília (UnB), nos anos 90. É palestrante e humanista respeitado mundialmente.

O Brasil e a Argentina. Texto 2: A população

A população é um aspeto central à hora de falar dos países, é o que dá coesão aos espaços e lhe dá forma. Cabe destacar que os dois países se abriram à imigração em momentos coincidentes, logo que adquirir autonomia em relação às metrópoles européias.
Uma das consequências da invasão napoleônica na península ibérica foi a fuga da família Real do Portugal para o Brasil enquanto o Rei de Espanha foi prisioneiro e, a futura Argentina ficou sem Rei. Isso marcou uma diferença muito importante na época (acho que esboçou as características futuras dos povos).
O Brasil começou seu desarrolho com a monarquia (1808), enquanto nas colônias espanholas começaram a buscar a independência (1810) e começaram as guerras civis. Elas foram retratadas em forma ótima pelo pintor Cándido López (1840-1912).
Em 1872, os estrangeiros constituíam 30% da população do Rio de Ja¬neiro, enquanto em Buenos Aires, em 1869, já representavam 50%. A distribuição espacial da população se manteve bastante estável nos dois países durante a primeira metade do século XIX.
Do ponto de vista social, dois aspectos importantes são o escravismo e a composição étnica. Em relação ao primeiro ponto, vale assinalar, que a população escrava era muito mais significativa no Brasil.
Na composição étnica da população, assinalarei, que o componente branco foi mais significativo na Argentina, não obstante a coexistência, em ambos países, de negros, índios e mestiços os processos foram diferentes.
Brasil. Nos inícios, o Brasil adotou uma ativa política de povoação das províncias do Sul, com colonos provenientes, sobretudo, da Alemanha, Tal política ganharia força nos anos 1820 e 1830. A criação das colônias tinha o caráter estratégico de povoar as regiões contíguas à fronteira mais conflituosa do país. Foi uma imigração centralizada, organizada e subsidiada pelo Estado. As origens foram de monopolio Imperial e os comerciântes provenientes da ex-metrópole eram os que ganhavam espaço sobretudo na década de 1840.
O fluxo inmigratorio, foi mais lento que na Argentina. Há que ter em conta a proporção de escravos que chegaram ao Brasil, muito superior e que só disminuera, por os obstáculos ingleses ao tráfico e do número crescente de alforrias.
Os escravos trazidos do África, sempre buscaram a liberdade, devemos recordar que os povos africanos se recusavam à submissão, à exploração, à violência do sistema colonial e do escravismo surgindo os verdadeiros núcleos de resistência ao colonialismo que representaram uma das maiores expressões de luta organizada pela liberdade: Os Quilombos. Um dos mais emblemáticos foi o de Palmares, resistiu mais de em século.
O tráfico de escravos cresceu durante a década de 1820 e se manteve elevado na seguinte, apesar de ter sido proibido em 1831, por uma lei promulgada cedendo a pressões inglesas, mas que não foi cumprida. O processo de emancipação só ganharia força a partir de 1850, ao se decretar a extinção do tráfico e a Lei do Ventre Livre –lei de relativo benefício-
A abolição definitiva seria em 1888.
O sistema escravista se generalizou a tal ponto que ocupou uma parte essencial na vida social das cidades e dos campos. Os escravos tinham inexistência jurídica como pessoas, e presença na vida social. Havia proprietários de centenas de escravos, concentrados nas grandes fazendas, e, ao mesmo tempo, nas cidades pessoas que possuíam apenas um ou dois escravos. Os cativos desempenharam papéis na esfera produtiva nos latifúndios, nas tarefas domésticas, em atividades urbanas, ... na prostituição a serviço dos senhores... A visão que associou a escravidão à organização da "casa-grande” não pode ser generalizada para todo o país, sendo característica especialmente de algumas áreas do Nordeste. A escravidão produziu, profundas diferenças sociais que se projetaram nos planos políticos e identitários, com repercussão nos sentimentos de integração e pertencimento social. As camadas pobres dos homens e mulheres livres também foram marginalizadas e não tinham participação política até avanzada a organização do país.
Após da extinção do tráfico externo e com o declínio econômico do Norte e do Nordeste, com a implantação da economia cafeeira no Rio de Janeiro e depois em São Paulo, gerou-se um intenso tráfico de pessoas para essas áreas. As migrações internas dos países sempre foram por questões econômicas.
Apesar de competirem em franca desvantagem, mulatos nascidos em liberdade ou alforriados conseguiram, por vezes, romper as barreiras que limitavam a ascensão social, ingressando até na vida política e literária. A questão da mestiçagem produziu no Brasil intensos debates.
Jean Baptiste Debret 1827.
A origem étnica foi também uma barreira para a ascensão social, existia uma massa considerável de escravos excluídos do sistema.
“No Brasil houve entre 1831 e 1835 um longo ciclo de rebeliões populares, envolvenndo conjuntamente setores urbanos e tropas do Exército, no Rio de Janeiro, no Recife e em Salvador. Isso sem contar a Revolta dos Malês, uma grande rebelião de escravos e libertos, majoritariamente muçulmanos, ocorrida em Salvador em 1835, que culminou numa série de conflitos endêmicos” (B e A Boris Fausto, Fernando Devoto).
O tema não está resolvido mas algumas medidas apontam ao melhoramento das condições dos históricamente excluidos.
Brasil, país mixturado não sempre pacíficamente tem povos amantes da liberdade, das consignas moderadas trouxidas da Revolução Francesa... História de lutas e fidelidades as raças sem límites...
Argentina. Ao ter uma junta de Governo, se abriram os portos às nações amigas e depois, se liberalizou o comércio exterior. Promoveram a colonização, através de acordos com agentes intermediários, oferecendo concessões de terras e crédito. As colônias escocesas, alemãs, inglesas,... acabaram por fracassar, pelas guerras civis e as dificuldades econômicas que os colonos tiveram de enfrentar, além de não tiver circuitos de comercialização, ao tamanho das unidades de exploração eram pequenas... O fato foi que nenhuma delas sobreviveu. A imigração de mas susseso foi a de caráter espontâneo, sem planos prévios...
A Primeira Junta de Governo estabeleceu a liberdade de imigração em 1810, o que, favoreceu a entrada de comerciantes europeus, sobretudo ingleses e franceses, que se beneficiavam tanto das liberdades comerciais como do fim do monopólio colonial. Durante a década de 1830 a imigração européia começou a representar números significativos.
Irlandeses, genoveses, bascos e franceses iniciaram o povoamento das cidades, assim como de algumas zonas rurais. Tratava-se, porém, de uma imigração que vinha substituir uma população faltante, mais do que um impulso demográfico novo, não foran integrados os índios na vida sacial.... Na cidade de Buenos Aires de 1855 já os estrangeiros representavam 30% da população.
A escravidão sempre teve importância secundária no sistema produtivo argentino e a redução ocorreu mais rapidamente, a partir da decretação da Lei do Ventre Livre, já em 1813. Além disso, ela diminuiu ainda mais em consequência das crises econômicas e à estrategia dos governos de turno: Os escravos tiveram a proposta de trocar sua escravidão pela participação nas guerras. Ao aceitar, foram os primeiros mortos por pertenecer às primeiras filas nas batalhas.
Em 1854 se decreta a libertação de todos os escravos. Na mesma época, foi decretado o fim da servidão indígena.
O componente branco na população era, não obstante a coexistência, de negros, índios e mestiços.
Cándido Lópes 1866
A característica diferencial étnica entre os dois países tornou-se ainda mais nítida com o incremento da imigração em massa européia, a partir aproximadamente da década de 1870, mais relevante e desordenada na Argentina do que no Brasil.
Os fenómenos foram regionais mais a população se alterou muito en favor dos brancos. Cabe destacar o genocidio emprendido pelo General Roca com apoio dos grandes donos de terra. Matavam aos índios e como testemunha do fato tinham que trazer suas orelhas... asim, os terratenientes ganaram milhoes de hetáreas de terra,... Até a derrota dos índios, o espaço semeado de trigo era de 130 mil ha. Quatro décadas mais tarde, a superfície era de mais de seis milhões de há. Esses poderosos cujas famílias ainda são donas dos médios de produção, dos médios de comunicação, de... Os índios foram afastados à fronteira, sem terras, sem alimentos, sem possibilidades... Formaram parte dos marginados sociais juntos com os europeus que ficaram pobres... Com a melhora econômica nas cidades, esses povos voltaram como trabalhadores não qualificados ou como ambulantes, morando nas favelas perto de seus trabalhos precários, sendo desprezados e discriminados pelos que lograram sobreviver às investidas dos poderosos,... às vezes tão pobres como eles...
A sociedade civil teve um pouquinho mais de igualitarismo social e maiores possibilidades de ascensão no século XX já que a população era majoritariamente livre e, ao mesmo tempo, muito mobilizada, caraterística que continua até nossos dias.
Os que moramos na Argentina sabemos que no dia a dia nos cruzaremos sempre com algúm grupo mobilizado fazendo reclamação... Isso o percebemos agora, nas épocas das furiosas ditaduras não estávamos mobilizados... Dissem que isso se chama de supervivência dos povos...
Hilda Mendoza
Bibliografia:
História do Brasil (Francisco de Assis Silva)
Brasil e Argentina (Boris Fausto e Fernando Devoto)

quarta-feira, 2 de junho de 2010

O Brasil e a Argentina. Texto 1: Os Territórios

Século XIX: Nascerão os dois países
Ambas nascem com territórios enormes, subpovoados e subocupados. A área do Brasil, no entanto, era três vezes maior que a da futura Argentina, têm uma diferença que tem a ver com os respectivos legados coloniais e processos de independência.
Na Argentina, organizaram todos os seus territórios ligando-os a um único porto de saída natural (para a época), de Buenos Aires enquanto Brasil possuía um sistema com diversos portos ligados alternativamente. Isso originou diferentes elites.
A vida no Brasil era mais raquítica que nas cidades espanholas da Argentina, já que a tendência era viver nas propiedades rurais. Na Argentina se criaram cidades onde morariam os propietarios rurais.
Brasil
No momento da independência o Brasil, dominava cerca da metade de seu futuro território.
Em meados do século um terço de seu território eram ocupados por grupos indígenas, menos articulados com a civilização. No Brasil, a relação com os territórios não controlados era menos conflituosa e mais distante no espaço ou tratava-se de grupos sedentarizados.
Esses grupos não constituíam uma ameaça.
O Brasil fora povoado da costa para o interior, e essa penetração le dará à civilização brasileira uma inserção predominantemente litorânea e uma certa continuidade espacial.
As sucessivas economias exportadoras no Nordeste e no Sul, embora destinassem sua produção para o abastecimento das áreas dinâmicas, também constituíam economias de exportação.
O Brasil não tinha nada comparável ao eixo fluvial do Litoral argentino. Existia, o rio Amazonas, que viria a ser uma importante via de comunicação no Norte, sobretudo depois de 1866, quando foi aberto à navegação internacional. Os outros rios eram de difícil navegação natural, e o Estado imperial pouco faria para melhorar sua navegabilidade. Apesar de possuir uma rede hidrográfica muito extensa, fazia pouquíssimo uso dela. Dispunha, em compensação, de um sistema de portos que permitia, ao menos teoricamente, uma comunicação inter-regional.
Essa multiplicidade de portos, no entanto, significava também um potencial desestímulo à unidade.
Com o tempo, isso geraria tensões e competição entre as várias regiões portuárias, redundando no desenvolvimento de interesses regionais conflitantes. Por outro lado, o Brasil possuía um sistema de estradas terrestres melhor que o da Argentina, principalmente nas regiões Sul e Centro-Sul. Nesta, o eixo principal era o chamado Caminho Novo, aberto no século XVIII.
Na primeira metade do século XIX, o Estado brasileiro — e antes o português — investiu muito na melhoria das comunicações terrestres.
As novas estradas brasileiras se concentraram nas proximidades do Rio de Janeiro sede do imperio, oferecendo uma alternativa muito melhor para a comunicação. Os dois maiores centros, Salvador e Rio de Janeiro, tinham dimensões populacionais equivalentes às de Buenos Aires, mas integravam melhor as regiões e as ligavam ao exterior sem, no entanto, favorecer a emergência de um centro unificador.
Argentina
No momento da independência, a Argentina dominava pouco mais de um terço de seu futuro território.
Em meados do século, pouco avançara, com quase metade de seu território ainda em poder dos índios articulados com a civilização por intensos intercâmbios.
Esses grupos constituíam uma ameaça, atacavam os povados jamais tentaram sua inclusão.
A Argentina fora ocupada a partir de seus dois extremos, o Noroeste e o rio la Prata, região que compreende as províncias de Buenos Aires, Santa Fé, Entre Ríos, Corrientes. Houve ainda uma povoação secundária a partir do oeste (Chile), chamado Cuyo. Essas duas zonas principais eram ligadas por uma linha muito estreita, o que tornava mais heterogênea que o Brasil.
Deve-se levar em conta, além da continuidade espacial, as vias le transporte que são articuladoras do espaço. O território era articulado pelas vias marítimas e fluviais que o atravessavam. Dispunha de um eixo fluvial, em torno dos rios da Prata, Paraná e Uruguai, que dava muita coesão uma dessas regiões, a do Litoral, de economia mais dinâmica. Em compencação, carecia de boas vias terrestres que fizessem a ligação desta com a região Noroeste. A mais transitada era a antiga estrada para Potosí, muito precária, embora com um bom sistema de postas, onde se efetuava a muda dos cavalos. Não tinha comunicação entre as diversas sub-regiões. À presença de índios belicosos somava-se a uma total ausência de trabalhos públicos para tornar minimamente seguras e transitáveis outras vias de transporte, como a que ligava Buenos Aires às províncias de Cuyo. Não se fariam estradas, já que as guerras da independência e as guerras civis ocupavam o tempo todo.
A única porta de comunicação do país com o exterior, seu único porto internacional era Buenos Aires, e não era um bom porto natural tornava a tarefa do desembarque de pessoas e mercadorias muito penosa. A geografia urbana prenunciava uma unificação forçada em torno da cidade portuária.
Hilda Mendoza
Bibliografia:
História do Brasil (Francisco de Assis Silva)
Brasil e Argentina (Boris Fausto e Fernando Devoto)

terça-feira, 1 de junho de 2010

Resenha dos blogs dos estudantes

De blog em blog vamos fazendo a blogosfera. Já fiz referência ao blog da turma de 4o nível de quartas, às 15 horas (ver último texto, logo abaixo), em que se podem ler resenhas dos capítulos discutidos. Nos blogs dos estudantes, as novidades a destacar são:

Do blog de Gabriela, do 4o nível,  uma resenha, em português, sobre a turnê da banda Hobbymundo http://orquideas-gastronoma-e-mais.blogspot.com/2010/05/musica-outro-hobby-mudial-cronica-do.html

Do blog de Leadro, do 6o, uma resenha de um livro de Agatha Christie. O autor da resenha fica nos devendo uma ponte com  "O Xangô de Baker Street", de Jô Soares, mas a resenha está muito boa. Confiram http://www.viajardesdeelsillon.com.ar/

Do blog de Gra, do 4o Nível, uma resposta de Cristóvão Buarque sobre uma possível internacionalização da Amazônia. Há um equívoco no título em que se mostra uma confusão com o nome de Chico Buarque e não tenho certeza se o texto foi realmente assinado por Cristóvão Buarque, mas os argumentos são muito bons. http://gracielapaiz.blogspot.com/2010/05/declaraciones-de-chico-buarque-ministro.html

Do blog de Hilda, 6o nível e Conversação, um texto sobre a manipulação das informações. Sobre os textos de Hilda, Juan, de outra turma do 6o, está devendo comentários às publicações polêmicas das autoras. A web 2.0. os blos, as redes sociais se caracterizam justamente por serem lugares em que todos os que participam são igualmente produtores e receptores de conteúdos, sem hierarquias. Se há um lugar de manipulação de informações, estamos num momento de pulverização das informações, mas ao mesmo tempo num momento raro de autoria. Vale lembrar o velho Chacrinha, famoso apresentador de programas de tv no Brasil, "Quem não se comunica, se trumbica", quem não se inclui na web 2.0 está ´perdendo o bonde da história http://hilda-hildamendoza.blogspot.com/2010/05/manipulacion-de-la-informacion.html