domingo, 23 de maio de 2010

Os Brasileiros na Argentina.

Assim como não posso falar “dos brasileiros”, também não posso falar “dos argentinos”, mais tratarei de fazer uma “aproximação” generalizando.
Os brasileiros que chegam à Argentina vêm com a samba no corpo e o brilho nos olhos. Como em qualquer migrante a primeira coisa que se nota é a confusão, tem que se acostumar como funciona nossa sociedade. Acho que o argentino médio leva “o tango choroso” nas costas, o individualismo no bolso e a desconfiança no andar. Se o brasileiro tivesse esse jeito com certeza estaria muito escondido já que eu não notei.
O choque cultural é iminente.
Eles têm boa disposição, mas o argentino está na defensiva... Quando muitos de um país chegar (seja qual for o país) é senha de perigo, por que eles vêm? Perigam nossos trabalhos? Os vêem fantasiados de lobos nas suas fantasias de “carapuças vermelhas”. É então quando começar as diferentes maneiras de discriminação que podem legar até as agressões, geralmente verbais, mas podem até ser físicas nos grupos sociais menos favorecidos ou nos caras com agressões conteúdas mascaradas de gentilezas. Isso eu vejo no mundo todo não é próprio dos argentinos.
Tudo muda quando o brasileiro consegue fazer parte de um grupo de argentinos amigos, as coisas mudam. Notarão que a hospitalidade é a mesma. Os amigos são escolhidos e têm as mesmas virtudes e defeitos ou se complementam. Aí os brasileiros terão as mesmas questões que no Brasil com as pessoas. Aí começará outra questão, a saudade. Se não começou ao dia seguinte ao da chegada.
Saudade do jeito da sua terra, do clima, das roupas, das comidas, das músicas, dos cheiros, da família, dos amigos... Saudade que causa dor. Meus amigos emigrados, tem-na pela Argentina e inventaram um país que não é, mais é o deles o dos sonhos.
Agora na época das comunicações instantâneas podem fazer contatos periódicos com as pessoas donas de seus afetos. Se tivessem saudade da pele dos outros, da temperatura do corpo... O Brasil é perto... Às vezes uma semana de férias traz sossego e se pode começar outra vez.
O problema é tão sério como o de meus avós se por questões alheias não podem voltar ao Brasil... Como Adriana, minha vizinha quase amiga, que tem uma filha argentina e o pai da menina não autoriza a saída do país. Ela está sozinha com sua saudade, sem afetos, com tristeza, desarraigamento, e com sua filhinha crescendo enraizada em “outra pátria”, a de seu pai. Minha pátria.
É aí quando a raiva me invadir e odeio as pessoas que têm por jeito ferir aos outros, sejam eles de que país forem. Os sentimentos são universais e não sabem de continentes, de sexos nem de religiões.
Há pessoas maquiavélicas... e o ódio é um sentimento. Né?

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